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22/05/24

OBSERVAÇÃO

Marisqueiras de Itapemirim iniciam parceria com Defensoria Pública e CATRAPOVOS

Visita técnica do PNAE é o primeiro passo para as escolas do município de Itapemirim receberem o marisco para a merenda escolar

 

Visita técnica do PNAE para que o marisco chegue a alimentação escolar

Foto: Acervo PEA Rede Observação

 

Nos dias 07 e 08 de maio foi realizada, entre os bairros de Itaoca e Itaipava, em Itapemirim, uma visita técnica convocada pela Colônia de Pesca Z-10 e a Defensoria Pública do ES. Estiveram presentes vários órgãos de âmbito estadual, municipal e federal, como: MPA (Ministério da Pesca e Agricultura, CECANE (Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição Escolar), DPU (Defensoria Pública da União), DPES (Defensoria Pública do Espírito Santo), Prefeitura de Itapemirim, SEDU (Secretária de Educação), Incaper, IFES ( Instituto Federal do Espirito Santo) entre outros.


O objetivo da visita foi a implantação da iniciativa CATRAPOVOS (Comissão de Alimentos Tradicionais dos Povos) no município de Itapemirim. A Comissão é composta por representantes de órgãos públicos e da sociedade civil e visa a discutir os entraves, desafios e formas de viabilizar as compras públicas da produção de comunidades indígenas e tradicionais, a intenção é que a merenda escolar tenha participação das comunidades. No caso de Itapemirim, o público é de Marisqueiras e os Pescadores Artesanais.


Durante esses dois dias de atividade foram também visitados espaços como: a Colônia de Pesca, a Associação de Pesca, a Associação Mulheres da Pesca, a Casa das Marisqueiras, a Fábrica de Gelo, o Terminal Pesqueiro e o Entreposto de Pescado. Também foram conhecer as casas de algumas marisqueiras, a fim de identificar como é realizada a produção artesanal do marisco. Por fim, visitaram a sede do Observatório Itapemirim do PEA Rede Observação e duas escolas públicas, uma municipal de educação integral e uma estadual para conhecer a infraestrutura do município e das escolas em relação ao escoamento da produção do marisco e o preparo nas escolas. 


A marisqueira Aris relata sobre realização da visita: “Foi uma visita esclarecedora de pontos estratégicos que estão no município sendo que alguns estão em funcionamento e outros estão em estado de abandono como o entreposto municipal mas todos de grande importância para nós marisqueiras, que desejam melhorar o escoamento da produção, exigindo melhorias e principalmente vendo um sinal de esperança e que nós estamos no caminho certo”. 


A presidente da colônia Z-2, e participante do projeto Lucila, nos contou que: “Este encontro representa determinação e coragem, pois já ouvi de algumas pessoas que a luta das marisqueiras e mulheres da pesca seria em vão e o PEA Rede Observação vem me orientando a valorizar sua cultura, de acordo com minhas falas, meus conflitos, e com a união e o fortalecimento do grupo sabe que irá conseguir chegar até o objetivo que é a escoação da produção para escolas e ter o merecido reconhecimento na nossa profissão”.


As marisqueiras de Itapemirim, e o PEA Rede Observação, acompanharam toda a visita para entenderem como funcionará a iniciativa no município. Órgãos como INCAPER e SEAG afirmaram que todo tipo de qualificação e curso necessário serão ofertados por eles, como: processamento de pescado, maricultura e qualificação das merendeiras juntamente com as marisqueiras.


Ao final da visita técnica foi visto uma esperança de um futuro para a mariscagem. E alguns pontos foram indicados como futuros locais para limpeza, decantação e armazenamento do marisco, como: a casa das marisqueira para produção de embutidos, a associação de mulheres da pesca, com uma cozinha comunitária para limpeza e distribuição da produção, escolas que atendem, como plano piloto, para que o marisco seja incluído na merenda escolar, e assim, a partir destes pontos garantir uma melhor qualidade de vida para as marisqueiras.

 

 

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